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CURSO “INTÉRPRETES DO BRASIL” – 2º SEM 2015

Agenda | 08/07/2015 | | IFE CAMPINAS

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A proposta do curso é familiarizar o público não especializado com as idéias chave de seis pensadores que marcaram época na reflexão sobre a identidade nacional brasileira e que exerceram influência decisiva sobre a modelagem de nossas instituições políticas e educacionais em sua configuração atual.

São eles: José Bonifácio, Joaquim Nabuco, Gilberto Freyre, Caio Prado Júnior, Sérgio Buarque de Holanda e Darcy Ribeiro.

AGENDA DO CURSO:

(As ementas de cada aula e breve currículo dos professores estão ao final deste post.)

1º/AGOSTO
1. JOSÉ BONIFÁCIO, PATRIARCA DA INDEPENDÊNCIA
Prof. Esp. Rafael Nogueira

22/AGOSTO
2. JOAQUIM NABUCO, ESTADISTA DO IMPÉRIO
Prof. Ms. Bruno Garschagen

12/SETEMBRO
3. GILBERTO FREYRE, PENSADOR DA IDENTIDADE NACIONAL
Prof. Ms. Flávio Alencar

26/SETEMBRO
4. CAIO PRADO JÚNIOR, HISTORIADOR DO BRASIL
Prof. Ms. Fábio Florence

3/OUTUBRO
5. SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA, DEFENSOR DA BRASILIDADE
Prof. Ms. Aldo Fernandes

7/NOVEMBRO
6. DARCY RIBEIRO, O ANTROPÓLOGO DA REPÚBLICA
Prof. Dr. João Malheiro

BENEFÍCIOS DO CURSO:

– Único do mercado
– Professores altamente qualificados
– Material (pasta, folhas etc.)
– Conhecimento válido para a vida
– Coffee break a cada atividade
– Salas com recurso multimídia
– Artigos do IFE no jornal Correio Popular no mailing list dos alunos
– Recebimento de certificado ao final

INSCRIÇÕES:

– Enviar e-mail para ifecampinas@ife.org.br solicitando ficha cadastral OU diretamente através deste link http://unisal.br/cursos/interpretes-do-brasil/ (Clique do lado direito em “Inscreva-se para este curso”)
– INVESTIMENTO: 5 parcelas de R$ 129,00 para 6 aulas (R$ 129,90 na Matrícula + 4 de R$ 129,00)

HORÁRIO: Manhãs de sábado. 9h00-10h30 (1ª parte); 10h30 Coffee break; 11h00-12h00 (2ª e última parte)

REALIZAÇÃO:

IFE CAMPINAS
www.ife.org.br

PARCERIA:

UNISAL
www.unisal.br

LOCAL:

UNISAL – Liceu Salesiano
Unidade Liceu Salesiano, R. Baronesa Geraldo de Resende, 330
Jd. Guanabara, Campinas/SP – CEP 13075-270

Cartaz_InterpretesBrasil-WEB

→ Para visualizar o cartaz do curso em PDF acesse este link: http://ifecampinas.org.br/wp-content/uploads/2015/06/Cartaz_InterpretesBrasil-WEB-PDF.pdf
→ Para visualizar o cartaz do curso em JPEG acesse este link: http://ifecampinas.org.br/wp-content/uploads/2015/06/Cartaz_InterpretesBrasil-WEB-high_02.jpg

EMENTAS E BREVE CURRÍCULO DOS PROFESSORES

1º/AGOSTO
  1. JOSÉ BONIFÁCIO, PATRIARCA DA INDEPENDÊNCIA

José Bonifácio de Andrada e Silva desempenhou papel fundamental não apenas em nosso processo de emancipação, mas também na construção de um governo centralizador e forte o bastante para impedir a fragmentação do território nacional. Homem de visões lúcidas e ricas, assinalou o papel positivo da miscigenação racial para a formação da nação brasileira, arquitetou o poder moderador (decisivo para a estabilidade política do império) e exerceu importante influência na formação de Dom Pedro II, na qualidade de seu tutor pessoal.

Por Rafael Nogueira: Especialista em Educação pela UNIMES, Bacharel em Direito, Licenciado e Bacharel em Filosofia pela UniSantos.

22/AGOSTO
  1. JOAQUIM NABUCO, ESTADISTA DO IMPÉRIO

Conhecido como figura de ponta do movimento abolicionista, Joaquim Nabuco foi um verdadeiro “cidadão do mundo”. Frequentou os principais meios intelectuais da chamada “Era Vitoriana” e elaborou importantes e originais lições a partir da prática política de seu pai, senador Nabuco de Araújo, um dos arquitetos da política da conciliação no segundo reinado.

Por Bruno Garschagen: Palestrante, Escritor, Editor e Mestre em Ciência Política e Relações Internacionais pela UCP (Portugal). Visiting student da University of Oxford.

12/SETEMBRO
  1. GILBERTO FREYRE, PENSADOR DA IDENTIDADE NACIONAL

Autor de uma das obras mais originais sobre a formação da identidade brasileira, “Casa Grande e Senzala”, Gilberto Freyre é, sobretudo, conhecido pela avaliação positiva da miscigenação racial como fator de formação do povo brasileiro. Mas, além disso, empreendeu longas viagens por territórios de colonização portuguesa e empreendeu, até o fim de sua longa vida, um incansável esforço para compreender o caráter específico da colonização da portuguesa e suas constantes culturais.

Por Flávio Alencar: Mestre em História pela UFF (RJ) e pesquisador visitante no Russell Kirk Center (EUA).

26/SETEMBRO
  1. CAIO PRADO JÚNIOR, HISTORIADOR DO BRASIL

A obra do paulista Caio Prado Júnior é marcada pela tentativa de adaptação do pensamento marxista à análise da formação brasileira. Seguindo a conhecida sentença de Marx, segundo a qual “os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diferentes maneiras; trata-se agora de transformá-lo”, Prado Júnior influenciou de maneira decisiva os movimentos sociais de esquerda que até hoje marcam forte presença na política brasileira.

Por Fabio Florence: Doutorando pela PUC-SP, Mestre em Filosofia pela UNICAMP e bacharel em Direito pela PUC-Campinas (SP).

3/OUTUBRO
  1. SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA, DEFENSOR DA BRASILIDADE

Autor do celebrado clássico “Raízes do Brasil”, mas também de “Caminhos e Fronteiras”, Sérgio Buarque de Holanda adaptou o instrumental teórico de grandes historiadores alemães, como Leopold Von Ranke e Eduard Meyer, e do sociólogo Max Weber para compreender a especificidade do homem brasileiro.

Por Aldo Rio Branco Fernandes: Gen Bda Ex, Mestre em História do Brasil e Professor de História da EsPCEX e da AMAN (SP).

7/NOVEMBRO
  1. DARCY RIBEIRO, O ANTROPÓLOGO DA REPÚBLICA

Influenciado pelo marxismo, mas não limitado a ele, Darcy Ribeiro empreendeu o último grande esforço teórico de interpretação da realidade brasileira em seu clássico “O Povo Brasileiro” (publicado em 1995). Além de antropólogo e romancista, Ribeiro desempenhou papel de destaque nas reformas educacionais brasileiras nos governos de João Goulart e, no Rio de Janeiro, de Leonel Brizola.

Por João Malheiro: Doutor em Educação pela UFRJ, pesquisador e autor do livro “A Alma da Escola do Século XXI”

***

Agradecemos sua atenção.
Cordialmente,

Equipe IFE Campinas.

 

FINANCIAMENTO COLETIVO À PEÇA “HAMLET FACE À MORTE – ÚLTIMO ATO”

Artes | 07/07/2015 | | IFE CAMPINAS

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Foto: Divulgação.

 

O Grupo Tempo de teatro já apresentou sua versão do Hamlet de Shakespeare em vários locais do Estado, como Limeira, São Caetano do Sul e Campinas. Em Campinas podem-se destacar as apresentações que fizeram no Teatro SESI Amoreiras (14/09/2014) e no Teatro Castro Mendes (15/11/2014), com platéias cheias e diversos elogios. Porém, como todo trabalho, é preciso melhorar e, para isso, farão uma apresentação em praça pública virtual para finalizar sua versão do Hamlet (“Hamlet face à morte – Último ato”). Para este último ato, que terá várias melhorias em relação às apresentações anteriores, eles contam com contribuições/doações via Catarse, que é um projeto de financiamento coletivo. Participar contribuindo traz benefícios para o próprio contribuinte, que podem ser vistos no link do projeto: https://www.catarse.me/hamletfaceamorte

O projeto visa uma profissionalização da peça, a fim de, por exemplo, “aprimorar a qualidade da produção do espetáculo”, com uma obra de arte clássica que traz reflexões fundamentais da existência, como amor e morte.

A respeito da dinâmica do projeto, o Grupo Tempo diz:

Assim como o nosso cenário provisório foi construído com arrecadações colhidas em praça pública, em troca de poemas e cenas de William Shakespeare, o Grupo Tempo se apresenta agora na praça pública virtual, para finalizar HAMLET face à morte.

Abaixo colocamos um resumo deste projeto e do trabalho, por considerarmos um projeto qualitativo em termos culturais, o que condiz com o ideário do Instituto de Formação e Educação (IFE). Aos que contribuírem e forem assistir desejamos desde já uma boa peça!

O Grupo Tempo é uma companhia teatral fundada e coordenada por Roberto Mallet há mais de duas décadas, à qual, no início de 2014, uniu-se um grupo de 7 jovens atores, recém-egressos do curso de Artes Cênicas da Universidade Estadual de Campinas.Com a colaboração (e sob a direção) de Mario Santana, o grupo mantém 2 espetáculos em cartaz – dois monólogos de Roberto Mallet: “Lições de Abismo”, uma adaptação do romance homônimo de Gustavo Corção, e “Auto-escola de arte dramática GREGORIO”, uma introdução à arte teatral com Mallet e Gregorio, seu clown.

Agora, em parceria com o músico e diretor musical Marcelo Onofri, o grupo parte para mais uma montagem, diferente de suas anteriores por lançar-se ao desafio de adaptar um dos maiores clássicos da literatura ocidental: “HAMLET face à morte” é uma versão do imortal texto shakespeariano, contado por nós, uma trupe de atores que acompanha seu mestre. Para conseguir os recursos necessários para a finalização da produção do espetáculo, o Grupo Tempo recorreu ao site de financiamento coletivo catarse.me, e pede o apoio de todos que desejem contribuir com a arte e a cultura e que confiem no nosso trabalho. Faltam só 5 dias para o fim do prazo do projeto, e se não atingirmos a meta, todo o dinheiro será devolvido aos doadores e não ficaremos com nada.

Conheça o nosso trabalho, e contribua conosco, participando do último ato de HAMLET face à morte!

https://www.catarse.me/hamletfaceamorte

Considerações sobre o atentado em Paris: cultura ocidental e extremismo (por Cesar A. Ranquetat Jr.)

Política e Sociologia | 06/07/2015 | | IFE CAMPINAS

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Em 7 de janeiro o mundo assistiu com um misto de perplexidade e revolta as imagens do atentado ocorrido em Paris contra os cartunistas e jornalistas do semanário Charlie Hebdo. Três homens armados – vinculados a grupos extremistas islâmicos – foram os autores do massacre.  O pretexto absurdo para a ação jihadista foi de que este jornal havia publicado charges em tom de zombaria com a figura mais importante da religião muçulmana o profeta Maomé. Ato bárbaro, covarde e, sob todos os aspectos, injustificável que ilustra de maneira cabal o caráter doentio do fanatismo e do extremismo político e religioso.

Este nefando acontecimento, contudo, enseja uma reflexão sobre o tema da liberdade de expressão e dos destinos da cultura ocidental. Para muitos analistas apressados estaríamos diante de um confronto entre os valores sacrossantos do laicismo, da democracia e das liberdades ocidentais contra a selvageria e o primitivismo religioso islâmico. Embate entre a ilustrada e racionalista cultura francesa e a retrógada e arcaica cultura oriental muçulmana.  Sinto frustrá-los, mas a questão não é tão simples assim.

Em primeiro lugar, os jihadistas não representam a totalidade da tradicional e milenar civilização oriental islâmica, mas uma facção “moderna”, minoritária e belicosa do islã que, equivocadamente, instrumentaliza a religião para fins políticos. Por outro lado, a cultura liberal e iluminista francesa é apenas uma expressão secularizada, particular, e, ainda, muito recente da denominada civilização ocidental. Cultura iluminista e laicista que, cabe destacar, em seus primórdios fora marcada pelo seu ódio medular e irracional ao cristianismo. Em síntese, o Ocidente não é apenas o iluminismo francês.

Além disso, importa lembrar que o semanário Charlie Hebdo não apenas escarneceu – através de desenhos de gosto duvidoso – da imagem do profeta Maomé, mas sucessivas vezes zombou de maneira irresponsável dos símbolos mais caros às tradições cristãs e judaicas. Blasfemar e ultrajar imagens religiosas são também atitudes condenáveis e, ademais, sacrílegas. Há um inegável laivo de barbarismo e mesmo de satanismo em blasfemar contra o divino.

Ao contrário do que pensam os porta-vozes da cultura ilustrada, a liberdade de expressão não é um valor absoluto e um direito ilimitado. A liberdade infrene acaba por descambar em libertinagem e licenciosidade. Uma liberdade vazia, sem conteúdo, irresponsável e autodestrutiva, aliás, vigora hoje na sociedade ocidental moderna.

Os corifeus do anarquismo pós-moderno e do “socialismo libertário” defendem ardorosamente e inescrupulosamente a bandeira de uma falsa liberdade que destrói os pilares da civilização ocidental, de acordo com a penetrante observação do diplomata e cientista político Mário Vieira de Mello:

 A liberdade – que está sendo carregada como o pavilhão, a bandeira, o símbolo essencial da civilização contemporânea – não é a verdadeira liberdade. Em nome desse falso símbolo se criticam, se rejeitam, se desmerecem valores que são legítimos representantes da substância cultural do Ocidente.

Reina soberanamente uma concepção radical e anárquica da liberdade, uma liberdade espúria e destrutiva para ofender, mentir, perverter, vilipendiar, blasfemar, atiçar ódios e paixões ignóbeis. Liberdade bastarda que não tem direção nem medida, hostil a qualquer vínculo e compromisso moral e alérgica a todo tipo de norma e ordem. O homem moderno parece ter esquecido a lição elementar de que a liberdade deve estar orientada pela verdade, conforme assevera o teólogo Joseph Ratzinger: “[…] a liberdade está associada a uma medida, a medida da realidade, que é a verdade. A liberdade de destruir a si mesmo ou destruir o outro não é liberdade, mas uma paródia demoníaca”.

Não tenho dúvidas, os desenhos satíricos e ofensivos do semanário francês, assim como o fundo ideológico anarquista e progressista radical que alimenta este periódico, são uma expressão e um sintoma doentio da própria corrosão interna e da dissolução moral que assola a civilização europeia contemporânea.

Por sua vez, o laicismo, a licenciosidade e o relativismo moral hoje dominantes no ocidente moderno não são barreiras protetoras contra o avanço do fundamentalismo islâmico; pelo contrário. A cultura ocidental moderna desvinculada de suas raízes morais e religiosas tradicionais torna-se uma presa fácil para qualquer tipo de radicalismo e extremismo, pois encontra-se espiritualmente vazia e privada de fundamentos superiores e sólidos. Segundo a arguta colocação do filósofo Rob Riemen

[…] a ameaça que o fundamentalismo islâmico representa para a nossa sociedade é muito menor do que a crise inerente à sociedade de massas – a crise moral, a trivialidade e o embrutecimento crescente que minam a nossa sociedade. Esta crise da civilização representa a verdadeira ameaça aos nossos valores fundamentais, esses valores que devemos proteger e salvaguardar para possamos continuar a ser uma sociedade civilizada.

Como afirma o escritor espanhol Juan Manuel de Prada, uma cultura que renega suas tradições espirituais está pronta para ser conquistada e dominada por bárbaros. A verdadeira civilização ocidental, a autêntica e grandiosa cultura europeia não se encontra bem representada no Charlie Hebdo. Devemos procurá-la em outras fontes, instituições, símbolos, convicções, normas e valores.

 

Cesar A. Ranquetat Jr é Doutor em Antropologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e professor universitário

Publicado originalmente no site da Revista Dicta&Contradicta. 

A menina que roubava livros: um amor forte como a morte (por Pablo González Blasco)

Cinema | 29/06/2015 | | IFE CAMPINAS

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A menina que roubava livros (The Book Thief). Diretor: Brian Percival. Sophie Nélisse, Geoffrey Rush, Emily Watson, Nico Liersch, Ben Schnetzer. 131 min. (2013)

book_thief_capa     O título me entusiasmou. Não pelo ato de roubar –como se verá, a menina apenas empresta os livros-  mas pelo objeto do furto. Em tempos onde a corrupção trafega  solta, e criam-se nomes pomposos para disfarçar o que é roubo descarado, fazer dos livros objeto do desejo é, no mínimo, um ponto positivo. As pessoas vão atrás do dinheiro, do poder, da fama. A garota arrisca a pele por conta dos livros.

A protagonista é Liesel, filha de uma mulher perseguida pelo governo alemão durante a segunda guerra. O serviço social germânico, sempre eficiente, confia a garota a um casal sem filhos: Emily Watson e um soberbo Geoffrey Rush, que melhora sua performance a cada filme. Essa é a pista de decolagem para um filme que é um belíssimo ensaio sobre a finitude e o amor.

book_thief_2     A finitude corre por conta do narrador –que é a própria morte, que todos vamos encontrar algum dia, questão de tempo. E o cenário é desenhado num aldeia da Alemanha, durante a guerra. As atrocidades do nazismo, o holocausto, a perseguição implacável –elementos que poderiam ser lugar comum- resultam aqui decorados justos para um mergulho antropológico de maior profundidade.

O amor transborda das personagens principais: Liesel, o amiguinho Rudy, Max, Hans, Rosa (abrandando aos poucos uma dureza que não é real), e se espalha contagiando os outros. Assim vão sendo apresentadas pessoas normais, de bom coração, que amavam sua pátria, que discordavam da política fanática do nacional socialismo, que trabalhavam honestamente, e cuidavam uns dos outros. E até garotos que admiravam Jessie Owen, e pintavam de preto a sua cara na hora de competir em alguma corrida no colégio. Um desaforo total para a raça ariana! Não eram apenas os oficiais da Operação Valkíria –ótimo filme, que revi recentemente- os únicos dissidentes da política do III Reich. Finitude e  amor; um amor que é forte como a morte em palavras da Bíblia (neste caso a frase é apropriadíssima), e por isso consegue oferecer o contraponto adequado neste poema encantador impresso no celuloide.

book_thief_1     Liesel não sabe ler mas intui que há algo nos livros que lhe pode trazer respostas para a sua vida dolorida. Hans ensina a ela as primeiras letras –literalmente falando- e Liesel embala nos livros, nas palavras que anota nas paredes do porão. Max, o refugiado que a família esconde, é o outro catalisador intelectual da menina, que não mais consegue parar de ler. E entre palavras estampadas e livros, lidos e relidos, aflora a camaradagem, a amizade sincera, a ternura firme e comovente, que destila de quem vai conformando sua alma com a sintonia dos seres humanos que enchem as páginas dos livros. “Você lembrou eles que somos humanos, lembrou-lhes da humanidade que parecem haver perdido” –explica Max para a menina, surpresa das reações irracionais dos soldados.

“As palavras são vida; a memória é como o escriva da alma dizia Aristóteles”. É Max, em suas lições a meia luz no porão úmido e frio. Lembrei de Borges que continuava comprando livros, mesmo cego, porque precisava rodear-se da sua amável presença. Precisava tocá-los, cheirá-los, aconchegava-se com eles.

book_thief_4     Os livros nos permitem digerir as experiências vitais. São como a lente através da qual visualizamos o sentido do nosso acontecer vital. Interlocutores, professores talvez,  que traduzem, na linguagem da alma, as vivências que nos inundam. Essa é a grande diferença que a leitura proporciona: somente quem dialoga com a cultura que lhe precedeu, com aqueles que descrevem os perfis das gentes, é capaz de entender a sua própria vida. Os que não leem, vivem sem perceber, não acumulam experiência, carecem de sabedoria: não por falta de matéria prima, mas por não trabalhá-la no forno lento que a leitura proporciona.

book_thief_5     Vivemos numa sociedade rápida, on line. Estamos informados, sabemos o que acontece no mundo em intervalo de segundos; mas nos assemelhamos a um cego em tiroteio: falta talento para saber realmente o que está acontecendo, para interpretá-lo e formar critério próprio. Abdicamos de ter opinião e nos contentamos em repetir o que se diz nas redes sociais. Já dizia um amigo que a internet –de inegável ajuda e possibilidades magníficas- é como parede de banheiro: cada um escreve o que bem entende, e nem sempre com bom gosto. Nos é brindada a possibilidade de descarregar todo tipo de arquivos visuais, auditivos, até de texto. Mas não lemos. Damos uma vista d’olhos, sabemos de que vai a coisa, nos colocamos ao dia, e tocamos a vida, quer dizer, passamos para os seguintes arquivos –tem milhares na fila- ou simplesmente os estocamos.

Meu avó dizia que Hitler perdeu a guerra por não ter lido história, pois cometeu o mesmo erro de Napoleão, ao enfrentar o general inverno na Rússia. Eu acrescentaria que nem história, nem literatura, já que Tolstoi cantou a péssima jogada –a de Napoleão, se entende- de modo solene em Guerra e Paz. A retirada estratégica do Marechal Kutuzov depois da batalha de Borodino, deixando os franceses esgotar-se sem adversários visíveis, teve seu remake versão III Reich, em Stalingrado. Leio nestes dias um artigo de  quem foi presidente da Georgia, comentando as intenções imperialistas do camarada Putin na Crimeia: “nos anos 30, os alemães invadiram a Tchecoslováquia alegando que tinham de proteger a população germânica que lá morava”. Sem história, sem literatura, somos neófitos vitais, nos deslumbramos com as coisas que acontecem, sem reparar que a humanidade recicla as histórias, pois é próprio da condição humana.

book_thief_3     Tomei conhecimento há pouco, por motivos profissionais, de uma espinhosa questão familiar. Parece que a mãe de família desconfiava de uma conduta imprópria do marido, e ninguém queria tocar no tema, para evitar incômodos. “Ela já sabe –disse eu. Veja o último filme da Meryl Streep,Álbum de família. As mulheres sabem de tudo antes de que se comente com elas”. Dias depois fiquei sabendo que minha apreciação era correta. Lembrei de “A Idade da Inocência”, o romance de Edith Wharton onde a “inocente protagonista” está por dentro de tudo.

Enquanto escrevo estas linhas, acodem a minha mente multidão de exemplos que estavam dormidos na memória. Nem lembrava deles, mas estavam lá. Basta uma faísca para eles acordarem; e vir em auxilio do raciocínio, esclarecendo a situação que se contempla e que alguém, séculos atrás, descreveu com pasmosa semelhança num romance, ou abordou com genialidade num ensaio. Dizem que a cultura é o que sobra quando se esqueceu tudo. Na verdade, não se esquece; permanece adormecida, mas à espreita do momento vital.

book_thief_6     Filmes e livros que nos ajudam a entender a vida. A nossa própria vida primeiro, para aventurar-se depois na vida alheia. É a comunidade dos homens contando suas histórias, aprendendo com elas. Assim faziam aquelas personagens –vai mais um dos exemplos que não consigo segurar- no país dos homens-livros, o surpreendente filme de François Truffaut, Fahrenheit 451. Essa é a temperatura na qual arde o papel. E os bombeiros, ao invés de apagar incêndios, colocam fogo….nas bibliotecas. É proibido ler, ter livros é crime. Um bombeiro –parente da nosso Liesel talvez- cai na tentação, guarda um livro, começa a ler…..No país dos homens livro, os habitantes sabem de cor as obras clássicas, e os velhos contam-nas para os jovens, para assim perpetuar a cultura. Pessoas que trocaram seus nomes pelos livros que contam: O Príncipe, Orgulho e Preconceito, o Pickwick de Dickens, Esperando Godot, Alice no Pais das Maravilhas, a República de Platão.

Fosse apenas para despertar o gosto para a leitura –essa sim é uma necessidade a ser criada, uma adição altamente recomendável- já valeria ver a fita. Contudo, o filme é muito mais do que isso. É o amor que, embalado nos livros e nas palavras, contorna a finitude, faz viver uma vida plena, para saber termina-la com o espírito repleto de paz.

 

Pablo González Blasco é médico (FMUSP, 1981) e Doutor em Medicina (FMUSP, 2002). Membro Fundador (São Paulo, 1992) e Diretor Científico da SOBRAMFA – Sociedade Brasileira de Medicina de Família, e Membro Internacional da Society of Teachers of Family Medicine (STFM). É autor dos livros “O Médico de Família, hoje” (SOBRAMFA, 1997), “Medicina de Família & Cinema” (Casa do Psicólogo, 2002) “Educação da Afetividade através do Cinema” (IEF-Instituto de Ensino e Fomento/SOBRAMFA, São Paulo, 2006) , ”Humanizando a Medicina: Uma Metodologia com o Cinema” (Sâo Camilo, 2011) e “Lições de Liderança no Cinema” (SOBRAMFA, 2013). Co-autor dos livros “Princípios de Medicina de Família” (SOBRAMFA, São Paulo, 2003) e Cinemeducation: a Comprehensive Guide to using film in medical education. (Radcliffe Publishing, Oxford, UK. 2005).

 

Fonte: http://www.pablogonzalezblasco.com.br/2014/03/21/a-menina-que-roubava-livros-um-amor-forte-como-a-morte/

Considerações sobre a filosofia da ciência (por Gustavo Bravo)

Epistemologia e Ciência | 25/06/2015 | | IFE CAMPINAS

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Na sociedade em que vivemos, nenhuma forma de conhecimento tem um peso tão grande quanto o da ciência. Classificar qualquer informação como sendo um dado científico é suficiente para que esse dado seja tratado na esfera pública como verdadeiro. Ciência e verdade são conceitos profundamente interligados em nosso senso comum. Temos muitos motivos para estabelecer essa associação: a capacidade de prever fenômenos de diversos tipos, as incontáveis realizações e inovações técnicas propiciadas pela química, a física e a medicina, a capacidade de explicação para eventos e processos que eram totalmente desconhecidos, e muitas outras coisas.

Mas se a eficácia dos métodos de previsão e transformação da realidade material empregada pelas diversas ciências é em larga medida incontestável, o estatuto propriamente epistemológico das ciências é bastante problemático. Ao dizer que o “estatuto epistemológico” da ciência é problemático, quero dizer que as relações entre ciência e verdade, bem como aquilo que torna a ciência natural um conhecimento diferente de outras formas de conhecimento é matéria de controvérsia entre os especialistas no assunto e que a imagem do mundo que a ciência nos mostra não está sujeita a uma única interpretação. Fazendo um panorama de alguns problemas levantados por filósofos da ciência, pretendo evidenciar que, apesar do sucesso pragmático da imagem científica do mundo, existem muitas questões complexas ainda não resolvidas em torno do conhecimento científico.

Uma primeira observação, feita por filósofos da ciência como Alan Chalmers (1939 – ), é que não basta apenas dizer que a ciência “funciona”, logo, ela é verdadeira. É preciso ter em mente que teorias erradas podem “funcionar”. A teoria geocêntrica (que afirmava ser a Terra o centro do universo) de Ptolomeu explicava e era capaz de dar conta de algumas das regularidades observadas na abóbada celeste, entretanto, ela estava errada e viria a ser substituída pela teoria heliocêntrica de Copérnico e Galileu. Mas não seria apenas o caso de mais observação, de mais capacidade explicativa, para corrigir a teoria? Acontece que nada exclui a possibilidade de duas teorias incompatíveis possuírem alto poder preditivo e explicativo para os mesmos fenômenos. No que diz respeito a observação, é interessante notar que observações feitas com propósito científico nunca são “puras”, independentes das teorias que as orientam, pois a própria seleção dos fatores e propriedades relevantes a serem observados e mensurados dependem de algum tipo de teoria – ainda que não muito desenvolvida – subjacente a prática observacional. No caso das realizações técnicas grandiosas, elas não são suficientes para provar que teorias científicas empregadas na sua realização são verdadeiras. Provavelmente os egípcios não possuíam os conhecimentos de física, arquitetura e engenharia que nós possuímos hoje, entretanto, construíram as pirâmides, que com toda certeza são algumas das mais impressionantes realizações arquitetônicas de todos os tempos. A questão sobre a “verdade” das teorias não pode ser resolvida mediante apelos simplistas sobre a eficácia técnica e/ou preditiva.

Ao longo do século XX, apoiado por considerações retiradas da história da ciência, Thomas Kuhn (1922 – 1996) defendeu – grosso modo ­– que aquilo que consideramos ciência hoje não foi sempre assim e que a ideia de que o conhecimento científico progride rumo a uma adequação cada vez mais exata com a realidade é um erro. Segundo Kuhn, os pesquisadores que partilham de pressupostos teóricos comuns e que orientam a sua atividade seguindo um programa com regras bem estabelecidas operam dentro de um paradigma, e a história da ciência é uma constante substituição de paradigmas por outros, sem que haja uma base puramente racional para afirmarmos que um paradigma é superior a outro. É o pertencimento a um paradigma estável e razoavelmente coerente que configura e diferencia o que é ciência do que não é. Neste sentido, a ciência aristotélica medieval não era pseudociência ou menos ciência do que a teoria da relatividade de Einstein, era apenas um paradigma diferente e incomensurável em relação a esta. Os critérios que fazem com que um paradigma seja adotado ou rejeitado sofrem influências de ordem social, como as necessidades econômicas e materiais da sociedade em questão ou o valor que se atribui a resolução de determinados problemas em vez de outros. A ciência possui períodos relativos de estabilidade assim como alguns períodos de crise, no qual alguns modelos teóricos e práticas são postos em cheque e são substituídos por outros.

Ainda que não concordemos com as teses elaboradas por Kuhn em A estrutura das Revoluções Científicas, seu relato da história da ciência nos faz perder o preconceito ingênuo de que a ciência naturalmente se desenvolve rumo a uma concepção cada vez mais verdadeira da realidade. A filosofia descritiva da ciência de Kuhn abriu o campo de investigações para a sociologia do conhecimento científico, uma disciplina voltada para a investigação das condições sociais da produção de conhecimentos científicos e que conta com nomes como Bruno Latour (1947 – ) e David Bloor (1942 – ).

Apesar das dificuldades de critérios de separação entre ciência e não ciência (o famoso problema da demarcação), um ponto relativamente pacífico é que teorias científicas são construções humanas que explicam e preveem eventos e empregam uma linguagem própria que carrega em si um sentido. Essas características colocam um problema clássico na filosofia, mas que ganha novos contornos na filosofia da ciência, que é o problema do estatuto epistemológico das teorias científicas. Tendemos, por força do hábito, a acreditar que quando um físico enuncia que o mundo está composto por partículas e ondas de tamanho ínfimo essas entidades existem realmente, e são independentes de nossas teorias sobre como as coisas funcionam. Partículas e ondas existiam desde a origem do universo, os cientistas é que demoraram a descobri-las. Nessa visão realista, teorias científicas descrevem a estrutura da realidade tal como ela é em si mesma. No entanto, as coisas não são tão simples assim, pois algumas entidades postuladas por teorias científicas como certas partículas e suas propriedades são completamente inobserváveis, como os quarks. Mas se elas não podem ser observadas o que é que torna válida e verdadeira a afirmação de que essas entidades realmente existem?

Em relação às entidades inobserváveis, os antirrealistas sustentam uma posição agnóstica: nós não podemos afirmar a existência dessas entidades, mas apenas utilizá-las como instrumentos teóricos para derivar certas conclusões empíricas e dar conta de certos fenômenos. Um dos argumentos mais conhecidos contra a posição antirrealista é o chamado “argumento sem milagres” elaborado por Hilary Putnam (1926 – ). Segundo esse argumento, a posição realista é a única que não faz do sucesso da ciência um milagre. Já que muitas de nossas teorias científicas são construídas com hipóteses que envolvem a existência de entidades de inobserváveis e essas teorias são empiricamente bem sucedidas (elas explicam fenômenos e são capazes de prever eventos), temos um indício forte de que essas entidades realmente existem. O argumento do milagre apela para a noção de sucesso empírico; entretanto, como já observei anteriormente, dizer que uma teoria funciona não significa dizer que ela é verdadeira, ou seja, não significa que ela descreve adequadamente aquilo que realmente existe e como existe. Muitos exemplos na história da ciência são utilizados pelos antirrealistas para mostrar que teorias falsas se adaptavam bem aos dados e previam consequências empiricamente observáveis, a já citada teoria de Ptolomeu é um exemplo disso. Os realistas respondem dizendo que, se os dados empíricos fossem adaptáveis a uma variedade muito grande de teorias diferentes esse realmente seria um ponto a favor dos antirrealistas, entretanto, na maioria dos casos é difícil encontrar uma teoria que dê conta dos fenômenos observados e que podemos elaborar critérios para determinar quais são as teorias mais adequadas aos dados como o poder explicativo, o poder preditivo e a simplicidade da explicação, por exemplo.

O debate intenso entre realistas e antirrealistas mostra que de forma alguma podemos tratar dados científicos como sendo pura e simplesmente verdadeiros, considerando como um dado evidente que a ciência procede através de um método rigoroso e testa amplamente suas conclusões e por isso seus resultados nos mostram realmente o que as coisas são. Entre os filósofos envolvidos com este debate estão Bas Van Fraassen (1941 – ), Stathis Psillos(1965 – ), Ian Hacking(1936 – ) e muitos outros.

Há ainda outra ordem de problemas que concerne à questão sobre quais são as condições ontológicas de possibilidade de qualquer teoria científica. Todas as ciências naturais operam com conceitos como o de causalidade, de classe e de lei. Todas são possíveis graças a algum tipo de ordem e regularidade encontradas na natureza, assim como a possibilidade da inteligência humana de representar essa ordem e essa regularidade através de modelos teóricos, muitas vezes de caráter matemático. Essas condições são pressupostos das teorias científicas e, por isso mesmo, não podem ser explicadas por elas. A física usa abundantemente a matemática na mensuração e quantificação de processos naturais, mas uma teoria que explique como é possível quantificar um evento que em si mesmo não é feito de números (por exemplo, a mensuração da atividade das moléculas de um gás) já não é mais uma teoria física, mas uma espécie de metateoria que vai além da física. Do mesmo modo, explicar o que é causalidade, o que é uma lei científica e o que é uma classe é algo que vai além das ciências particulares e que transcende a todas elas na medida em que seus objetos constituem a base de qualquer ciência natural possível. São problemas como esses, de ordem metacientífica, que estão no âmbito da filosofia e que são objetos de uma disciplina bastante recente chamada de “metafísica da ciência”.

Quando se postula algo como a “lei da gravidade” ou a “lei da inércia”, o que devemos entender por isso? É uma simples regularidade que ocorre e poderia não ocorrer no futuro ou é algo que necessariamente tem de ser assim dadas certas condições ambientes? A prática preditiva da ciência parece indicar que as leis que estruturam os processos naturais são necessárias e universais, caso contrário, a predição não seria possível e não passaria de um belo chute. Entretanto, a partir de que tipo de observação ou teoria científica poderíamos validar os conceitos de necessidade e de universalidade, uma vez que qualquer observação se limita a um evento particular, espaço-temporalmente circunscrito? A investigação desse tipo de questão depende da elaboração de conceitos puramente abstratos e pressupõe que a ciência é mais do que um simples instrumento para manipular a realidade, pressupõe que ao menos alguns dos enunciados científicos dizem respeito a realidades independentes de nossas representações, numa palavra, a metafísica da ciência pressupõe algum nível de realismo científico e ela é uma disciplina filosófica desenvolvida em um espírito de colaboração com as diversas ciências naturais, dado que suas especulações não são feitas no vazio, mas sobre os dados fornecidos pelas teorias científicas. São muitos os filósofos que se dedicaram e ainda continuam se dedicando à metafísica da ciência como Michel Ghins, Alexander Bird, E.J. Lowe (1950 – 2014), Wolfgang Smith(1930 – ), Nancy Cartwright(1944 – ) e Tim Maudlin(1958 – ) para citar apenas alguns.

Portanto, longe de possuir a transparência que o senso comum lhe atribui, a prática científica levanta uma série de questões muito interessantes e complexas de cunho propriamente filosófico que ainda estão distantes de consensos substanciais. É evidente que o médico, o físico e o engenheiro nunca precisarão de um filósofo da ciência para lhes dizer o que fazer, mas também é verdade que uma compreensão adequada da própria teoria e prática científica, de seus limites e de suas possibilidades, é fundamental se quisermos entender verdadeiramente o que a ciência está nos dizendo sobre o mundo.

 

Gustavo Bravo é graduado em Filosofia pela Faculdade de São Bento do Rio de Janeiro e professor de filosofia no ensino médio.

Publicado originalmente no site da Revista Dicta&Contradicta