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Último post do ano: agradecimento, novidades e felicitações

Educação | 18/12/2014 | | IFE CAMPINAS

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Cena do filme “A Felicidade não se compra” (‘It's a wonderful life’)

Cena do filme “A Felicidade não se compra” (‘It’s a wonderful life’)

 

Caros leitores,

Primeiramente, gostaríamos de agradecer a vocês que nos acompanharam neste ano em nossas diversas atividades, seja neste site, no Facebook, em nossos seminários em parceria com a Academia Campinense de Letras, no curso de extensão universitária na Unisal, em nossos artigos publicados no jornal Correio Popular, entre outras. Nosso muito obrigado! Sem vocês nosso trabalho não faria sentido, pois o IFE tem uma missão que não se centra em si mesmo, mas procura se expandir a toda a sociedade. Agradecemos também a todos os colaboradores que ajudam a fazer com que o IFE aconteça. Foi uma grande satisfação trabalhar este ano trazendo conhecimento e cultura.

Como sabem, o IFE tem um Ideário norteado por quatro princípios: 1) a dignidade humana, com a defesa e promoção dos direitos e deveres de cada indivíduo, sem discriminações de espécie alguma; 2) o respeito aos valores religiosos que fundaram as grandes civilizações ocidentais e orientais, bem como à mútua autonomia dos âmbitos religioso e político; 3) a afirmação da família como formadora primária e essencial da pessoa humana, escola da cidadania e célula da sociedade; 4) o ideal democrático, com o respeito essencial e intrínseco pela liberdade dos indivíduos e das organizações intermediárias.

Como é cada vez mais perceptível, nossa cultura vem sofrendo uma crise que atinge, em grande parte, esses princípios. Por isso, reafirmamos nosso compromisso com a defesa desses valores e ideais, por meio da realização de um constante trabalho intelectual e da busca da coerência entre a vida e o conhecimento.

Convidamos vocês a conhecerem melhor o nosso ideário (basta clicar aqui) e a continuarem a participar do IFE no próximo ano, nos ajudando, também, a divulgá-lo entre seus amigos, para que possamos chegar a mais pessoas. Quanto mais conhecimento compartilhado, melhor a comunicação e mais benefício à vida social.

Para ano que vem, anunciamos as seguintes novidades: 

a) Lançaremos um curso de introdução aos clássicos da interpretação do Brasil, com autores como José Bonifácio de Andrada e Silva, Gilberto Freyre, Darcy Ribeiro e outros. Em breve divulgaremos mais detalhes.

b) Realizaremos dois Seminários IFE/ACL, nos moldes dos já ocorridos este ano, um em cada semestre de 2015, com temática desta vez em política. Anunciaremos as datas e os palestrantes convidados oportunamente, quando tivermos as informações a esse respeito confirmadas.

c) Nosso site ganhará uma nova seção, de Cinema, que contará com textos de crítica sobre diversos gêneros. Também passará a contar com publicações do novo site da revista Dicta&Contradicta (a revista cultural do IFE). Além disso, temos previsão de uma maior frequência de publicações.

Por fim, gostaríamos de recomendar um belíssimo filme a vocês e família, especialmente para esta época do ano. Trata-se do clássico filme natalino A Felicidade não se Compra [It’s a Wonderful Life], de Frank Capra (da imagem acima). Que ele os inspire a entrar no verdadeiro espírito do Natal!

Desejamos um Feliz Natal e um Feliz Ano Novo!

Mais uma vez, nosso muito obrigado!

P.S.: Retomaremos as atividades do site e do Facebook na última semana de janeiro. Até lá vocês continuam a acompanhar, contudo, as publicações dos artigos publicados no jornal Correio Popular.

Quem tem razão?

Opinião Pública | 28/10/2014 | | IFE CAMPINAS

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— Bom, mais importante agora é garantir o controle da inflação — diz o jovem ao cobrador do ônibus, repetindo o que ouvira no telejornal.

— Ah, o povo quer mais é bandido da cadeia — foi a resposta.

O leitor, a essa altura, já está tomando consciência que o debate político que tomou conta do País vai começar a diminuir no cotidiano das pessoas, e conversas como a transcrita, tão comuns nas últimas semanas, vão cada vez ter menos espaço. Muita gente pode ter se surpreendido com o alcance que tiveram as ideias, propostas e acusações lançadas durante a corrida presidencial, na qual cada um queria ter a razão. Não era pra menos, dada a temperatura dos embates e a importância das eleições.

Entretanto o que faz com que as pessoas entrem em discussões tão complexas não é o calor do momento ou a relevância de uma escolha. A tomada de posições tem raízes mais profundas, ligadas diretamente à natureza dos homens. Cada pessoa, dotada de inteligência e vontade possui uma irresistível atração pela busca da verdade. São Tomás de Aquino, ilustre pensador do século 13 e proclamado pela Igreja Doutor Angélico ensina, na sua Suma Contra os Gentios, que a busca citada é o fim último de cada homem,ou seja, aquilo que nossa alma aspira em última instância.

Com isso em mente, vejo que o momento atual pelo qual passa nossa pátria não poderia ser mais oportuno para uma breve reflexão sobre o tema. Antecipo, caro leitor, o meu prognóstico: se continuarmos a fazer uso de nossa capacidade racional da maneira que estamos fazendo, a sociedade vai de mal a pior.

Ao meu ver, uma maneira muito simples de chegar a essa conclusão é observar a relação das pessoas com a mídia. Acostumadas à velocidade do tempo da internet e da pressa que se impõe aos cidadãos do século 21, cada vez mais as pessoas se contentam em ler apenas manchetes. Com isso, não somente exaurem sua busca sobre determinados assuntos em fontes pouco abrangentes e duvidosas (como a linha do tempo do facebook, por exemplo), mas, ainda mais preocupante, é que não dedicam tempo nenhum à reflexão sobre as informações que recebem.

Começarei citando como exemplo o que foi veiculado sobre os relatórios do Sínodo dos Bispos, que aconteceu em Roma e tratou sobre os desafios pastorais relativos à família. Os mais antenados irão concordar comigo que os mais sérios e respeitados veículos de comunicação do Brasil e do mundo noticiaram que os pastores da Igreja, como aval do Papa, promulgaram um documento que mudava a visão dos católicos sobre o homossexualismo, dando a aprovação e a benção. Ora, é fato que o pontificado de Francisco pode ser considerado um pouco mais liberal que o de seu antecessor, mas o que saiu da mídia extrapola o limite da interpretação e passa a ser uma mentira deslavada. O relatório do sínodo publicado pelo Vaticano, se lido na íntegra, jamais deixa espaço para tal entendimento. Qualquer pessoa que se dignou a ler os não mais que 70 parágrafos verão que esses — inclusive os não aprovados pelos bispos — reafirmam a doutrina católica,como fez a Igreja nos últimos 2.000 anos.

Para citar outro exemplo abrirei espaço novamente à política. Na última semana, uma enxurrada de pesquisas foi divulgada, apontando resultados que conseguiam agradar gregos e troianos. Em meio a essa confusão, o número de eleitores que não queriam “perder seu voto” e acabaram por escolher o candidato que estava à frente segundo o instituto X ou Y foi assustador. Quem agiu assim não foi diferente da criança que, ao ver o colega relutando em fazer o que lhe foi ordenado, não resiste e cai, inocentemente, no mesmo erro.

Não quis nas linhas acima criticar as pessoas que não possuem um conhecimento mais profundo sobre certos temas. O que pretendi tomando o tempo do leitor (que estava,inclusive, buscando um texto de autoria de outra pessoa) foi deixar um aviso. Buscar a verdade, estudar, refletir, não é fácil, é custoso. Toma tempo, atenção e, sobretudo, a nossa disposição, que poderia ser gasta em algo mais prazeroso. Todavia, se entregar à preguiça não trará como consequência apenas uma pequena chateação por não poder rebater os argumentos daquele nosso amigo que crê estar sempre com a verdade, ou o breve incômodo de ficar na dúvida sobre em qual notícia acreditar.Se entregar a essa preguiça representa uma renúncia da busca mais nobre do homem ante a um vício da carne, o que seria a negação da própria natureza humana.

Pedro Toledo é estudante de Direito da USP e colaborador do IFE – Instituto de Formação e Educação.

Artigo publicado no jornal Correio Popular, 28 de outubro de 2014, Página A2.

Aborto e democracia

Opinião Pública | 09/10/2014 | | IFE CAMPINAS

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O dia 28 de setembro é o Dia Latino-caribenho pela Descriminalização do Aborto. Talvez você nunca tenha ouvido falar dele, mas, provavelmente, deve ter percebido que, por “coincidência”, nas últimas semanas surgiram na mídia reportagens e notícias sobre o tema, além de algumas manifestações nas ruas. A data foi escolhida em 1990, durante o V Encontro Feminista Latino-americano e do Caribe, para ser um marco, nestes países, da militância do chamado movimento abortista mundial (que, talvez, você também não conheça, mas, certamente, já deve ter presenciado a sua atuação).

Embora venha atuando sistematicamente no Brasil há pelo menos 30 anos, com o apoio de diversas entidades nacionais e internacionais, inclusive partidos políticos, esse movimento sem fronteiras, articulado, poderoso e financiado por fundações milionárias (como Ford, Rockfeller, MacArthur e outras) é ignorado pela maioria dos brasileiros. Isto acontece porque a sua principal estratégia é justamente a desinformação, essencial para quem pretende manipular a opinião alheia e colocá-la a serviço de seus próprios interesses.

De fato, para o movimento abortista a promoção do debate público na mídia e nas universidades é apenas a encenação de uma grande farsa. Trata-se apenas de uma estratégia de ocupação de espaços e criação de um clima propício para atuar a sua agenda. O intuito é simplesmente a cooptação de “idiotas úteis” que, ingenuamente, são conduzidos por suas falácias a comporem a massa que permitirá a realização de seus reais objetivos. E quem se atreve a se opor é automaticamente visto como inimigo e será alvo do mais terrível patrulhamento ideológico, leia-se: será perseguido, caluniado e, se possível, jogado no ostracismo.

O debate livre e transparente só favorece quem está disposto a declarar suas ideias e objetivos, sem medo de coloca-los à prova. Não é o caso do movimento abortista, que não possui um genuíno interesse em um diálogo racional em prol da melhoria da vida humana. O que existe é uma posição tomada a priori com objetivos ideológico-revolucionários (jamais declarados) e a busca ensandecida pela sua imposição política por meio de uma militância profissional. Tudo, é claro, com as melhores intenções. Veja bem, não se trata de uma organização qualquer, que pretende participar democraticamente do debate público e convencer as pessoas sobre convicções legítimas e verdadeiras. Mas sim da manipulação de pessoas para obter apoio para uma agenda conhecida somente pelos seus líderes.

Qualquer discussão séria pressupõe a boa-fé dos participantes e o comprometimento com a verdade. Mas o atual debate sobre o aborto, falsamente promovido pelo movimento abortista, está todo contaminado por mentiras e ambiguidades que, de antemão, o inviabilizam: estatísticas falsas, argumentos ilógicos, testemunhos forjados, linguagem deturpada, camuflagem de interesses, afastamento deliberado da realidade. Para compreender melhor esse aspecto, vale a pena assistir ao filme “Blood Money —Aborto Legalizado”, de 2013, disponível na íntegra no YouTube. Baseado na experiência norte- americana, traz um relato da tragédia abortista naquele país, mostrando o que existe por trás da milionária indústria do aborto e da promoção internacional da sua legalização.

Além disso, também vale a pena conferir alguns sites na internet, como o americano Life Site News (http://www.lifesitenews. com/), o da Associação Nacional Pró-vida e Pró-família (http://providafamilia.org/), o do Pró-vida de Anápolis (http:// www.providaanapolis.org. br/), o Juventude pela Vida (http:// juventudeprovida.wordpress. com/), apenas para citar alguns, onde se encontram diversos artigos e referências bibliográficas para um estudo sério sobre o assunto. Ao contrário do que comumente se ouve entre os defensores da agenda abortista, facilmente se perceberá que a discussão vai muito além de posturas moralistas, machistas, patriarcais ou seja lá que outro rótulo queiram inventar para desqualificar seus interlocutores.

Enfim, fica o convite a cada leitor, para que não se deixe conduzir passivamente pelas falácias da militância abortista, mas procure estudar com seriedade as ideias em jogo e conhecer a realidade dos fatos por trás dos discursos. Somos livres para construir nossas opiniões, mas não temos direito de expressá-las de forma irresponsável. Mais que um direito, cada cidadão tem o dever de se informar e formar honestamente a sua consciência individual e política. Esta é a arma que possuímos para que a democracia não degenere na demagogia, um mal tão grave como a pior tirania, com ensinava Aristóteles. Talvez descobrirá as verdadeiras origens da opinião que pensava ser a sua e se surpreenderá ao se reconhecer apenas um “idiota útil”. Mas não se envergonhe, pois, nesse instante, nascerá para você a oportunidade de deixar de sê-lo.

■■ João Marcelo Sarkis é advogado, gestor do núcleo de Direito do IFE Campinas

Artigo publicado no jornal Correio Popular, 9 de Outubro de 2014, Página A2 – Opinião.