Arquivo da tag: Estado da Arte

image_pdfimage_print

"Estado da Arte": Pascal

Filosofia | 05/09/2016 | | IFE CAMPINAS

image_pdfimage_print
O programa Estado da Arte é produzido e apresentado por Marcelo Consentino, presidente do IFE e editor da revista Dicta & Contradicta. A cada edição três estudiosos põem em foco questões seminais da história da cultura, trazendo à pauta temas consagrados pela tradição humanista.
A seguir apresentamos a edição que foi ao ar em 16 de outubro de 2014.

Pascal

Pascal-old

“Quando considero a pequena duração da minha vida, absorvida na eternidade precedente e seguinte, o pequeno espaço que eu preencho, e mesmo que eu vejo, abismado na infinita imensidade dos espaços que me ignoram e que eu ignoro, eu me apavoro e me espanto”. Em 1662, o autor dessas palavras morria, aos 39 anos, já completamente debilitado para o trabalho, sem que, conforme o seu depoimento, desde os 20 anos tivesse vivido um único dia sem sofrimento. Mais conhecido à época por suas contribuições para a engenharia, tecnologia e urbanismo, sua obra prima permaneceria para sempre uma miscelânea inacabada de rascunhos e anotações.

Hoje, Blaise Pascal é um pensador canônico não só para a história da ciência, como também da filosofia e da teologia. Menino prodígio, místico e um dos maiores polímatas de todos os tempos, seusPensamentos reúnem, por vezes em um único fragmento, intuições ainda hoje fecundas para os campos da matemática, física, psicologia, pedagogia e sociologia, comunicadas no estilo caracteristicamente conciso e límpido que elevaria esse rematado frasista a uma posição única no panteão da literatura francesa.

Mas quem é o homem por trás de fórmulas lapidares como “o coração tem razões que a razão desconhece”, “o homem é um caniço pensante”, um “monstro incompreensível”, “juiz de todas as coisas, verme imbecil, depositário da verdade, cloaca de incertezas e erros, glória e escória do universo” ou ainda “o homem ultrapassa infinitamente o homem”? Seria ele um cético ou um fundamentalista? E como buscou conciliar suas duas grandes paixões pela precisão científica e pela ascese religiosa?

Convidados

– Andrei Venturini, doutor em filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, professor do Instituto Maria Mater Ecclasiae e da Casa do Saber, e autor de O Reino Nefasto do Amor Próprio em Pascal (no prelo).

– Ricardo Mantovani, doutorando e Mestre em filosofia pela Universidade de São Paulo com a dissertação Limites Epistemológicos da Apologética de Blaise Pascal, tradutor e professor da rede pública de ensino.

– João Cortese, doutorando em filosofia pela Universidade de São Paulo, Mestre pela Universidade Paris VII com a dissertação Formas da Analogia em Pascal.

Referências
  • Blaise Pascal de Gérard Lebrun (Brasiliense).
  • Pascal et la Philosophie de V. Carraud (Presses universitaires de France).
  • O Pensamento Vivo de Pascal de François Mauriac (Martins Fontes).
  • O Homem Insuficiente. Comentários de Psicologia Pascaliana e Conhecimento na Desgraça. Ensaio da Epistemologia Pascaliana de Luiz Felipe Pondé (Edusp).
  • Christiches Bewustssein. Versuche uber Pascal de Romano Guardini (Jacob Hegner).
  • “Pascal” em In Our Time – BBC 4.
  • As Marcas do Sacrifício. A Possibilidade da História em Pascal de Luís César Oliva (Humanitas-USP).
  • “Pascal” em La Foi Prise au Mot.
  • Pascal et Leibniz. Étude sur Deux Types de Penseurs de Jean Guitton (Ed. Montaigne).
  • Do Reino Nefasto do Amor Próprio em Blaise Pascal de Andrei Venturini Martins (É Realizações – no prelo).
  • “Pascal” em Herrlichkeit. V. III: Laikale stile de Hans urs von Balthasar (Johannes Verlag).
  • “Blaise Pascal” na Stanford Encyclopedia of Philosophy.
  • “Blaise Pascal” na Enciclopedia Filosofica Bompiani.Blaise Pascal: Mathematician, Physicist, and Thinker about God de Donald Adamson (Macmillan).

Produção e apresentação
Marcelo Consentino

Produção técnica
Ariel Henrique e Julian Ludwig

Fonte: http://oestadodaarte.com.br/pascal/

"Estado da Arte": A Cidade na Era Industrial

Filosofia | 28/03/2016 | | IFE CAMPINAS

image_pdfimage_print
O programa Estado da Arte é produzido e apresentado por Marcelo Consentino, presidente do IFE e editor da revista Dicta & Contradicta. A cada edição três estudiosos põem em foco questões seminais da história da cultura, trazendo à pauta temas consagrados pela tradição humanista.
A seguir apresentamos a edição que foi ao ar em 24 de abril de 2015

Cidade na Era Industrial

 

Por volta de 1800 Londres, então a maior metrópole do mundo, superava a marca de 1 milhão de habitantes, igualando pela primeira vez a cidade mais populosa da antiguidade, Roma. Na época a população mundial contava com 900 milhões de pessoas, e pouco mais de 10% habitava nas cidades. Desde então o crescimento se deu continuamente em doses industriais. De 1950 até hoje o número de habitantes das cidades em todo o mundo proliferou de 746 milhões para quase 3,5 bilhões, e em 2009, 200.000 anos após o aparecimento dos primeiros homo sapiens, a população urbana finalmente superou a rural. Hoje, num planeta que aglomera mais de 7,25 bilhões de seres humanos, há quase 30 mega-cidades com mais de 10 milhões de habitantes cada. Só em Shangai, a cidade mais populosa do planeta, vivem cerca 25 milhões de pessoas, e as projeções mostram que em 2050 66% da população mundial será urbana, sendo que, nos países desenvolvidos, essa taxa será de quase 90%.

Não há duvidas de que nosso mundo está se civilizando aceleradamente, ao menos do ponto de vista literal, dado que a raiz etimológica do termo “civilização”, assim como de “civismo”, “cidadão”, “urbanidade”, “política”, “polidez” e outras expressões que denotam os mais altos graus de sofisticação da vida humana, têm todas sua origem no vocábulo “cidade”. Mas acaso esse crescimento vertiginoso das cidades implica um crescimento equivalente da cidadania? Em nosso tempo 1 bilhão de pessoas, quase um terço da população urbana mundial, vive em favelas e assentamentos do gênero, e a expectativa é de que em 2030 esse número dobre para 2 bilhões. E desde o mito da Torre de Babel até as modernas distopias futuristas, as cidades sempre foram convincentemente retratadas como um cenário apocalíptico de criminalidade, insalubridade, stress, individualismo, luxúria, consumismo, superficialidade e outras formas de degradação física, psíquica e moral.

O que explica a explosão urbana dos últimos dois séculos? Como as cidades absorveram mais da metade da população mundial? Que transformações isso traz para a cultura e a sociedade humana? E acaso o globo estaria se transformando numa única e colossal conurbação?

Convidados

– Josianne Cerasoli: professora de história política e urbana da Universidade Estadual de Campinas e coordenadora da pesquisa “O urbano em questão: saberes especializados, cidade e história”.

– Leandro Medrano: professor de História da Arquitetura da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e editor da revista Pesquisa em Arquitetura e Construção.

– Renato Cymbalista: professor de História da Arquitetura da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e presidente do Instituto Pólis.

Referências
  • A Cidade na História (The City in History) de Lewis Mumford (Editora Itatiaia).
  • Antologia di Urbanistica. Dal Settecento a oggi e L’imagine dela Città da Sparta a Las Vegas de Paolo Sica (Laterza).
  • Londres e Paris no Século XIX: o espetáculo da pobreza de Maria Stella Martins Bresciani (Brasiliense).
  • Cidade: história e desafios organizado por Lúcia Lippe Oliveira.
  • O Urbanismo: utopias e realidades – uma antologia (L’Urbanisme, utopies et réalités) de Françoise Choay (Perspectiva).
  • O Campo e a Cidade: na história e na literatura (The Country and the City) de Raymond Williams (Companhia das Letras).
  • “A Cidade” (“Die Stadt”) de Max Weber, em Economia e Sociedade. Volume II (UnB).
  • As grandes cidades e a vida do espírito (Die Großstädte und das Geistesleben) de Georg Simmel.
  • História da arte como história da cidade (Storia dell’arte come storia della città) de Giulio Carlo Argan (Martins Fontes).
  • Cities of Tomorrow. An Intellectual History of Urban Planning e Cities in Civilization de Peter Hall (Wiley-Blackwell/Pantheon).
  • A Cidade no Século XX (La Città nel Ventesimo Secolo) de Bernardo Secchi (Perspectiva).
  • Gemeinschaft und Gesellschaft de Ferdinand Tönnies.
  • A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra (Die Lage der arbeitenden Klasse in England) de Friedrich Engels (Boitempo Editorial).
  • O cortiço de Aloisio Azevedi (Ateliê).
  • Tempos difíceis e Um conto de duas cidades (Hard Times/A Tale of Two Cities) de Charles Dickens (Boitempo/Estação Liberdade).
  • Os miseráveis (Les Misérables) de Victor Hugo (Cosac Naify).
  • Cenas da Favela. As melhores histórias da periferia brasileira organizado por Nelson Oliveira (Geração Editorial).
  • Germinal de Émile Zola (Estação Liberdade).
  • “The City in the Twentieth Century” e “The City – A History”, entrevistas em In Our Time, Rádio BBC 4.
  • Ela (Her) filme de ficção dirigido por Spike Jonze.
  • Metropolis filme de ficção dirigido por Fritz Lang.
  • Somos São Paulo/ We Are São Paulofilme documentário dirigido por Kika Nicolela e Lucas Bambozzi.
  • Urbanized filme documentário dirigido por Gary Hustwit.

 

Produção e apresentação
Marcelo Consentino

Produção técnica
Jukebox

Fonte: http://oestadodaarte.com.br/a-cidade-na-era-industrial/

“Estado da Arte”: A Cidade na Era Industrial

Filosofia | 28/03/2016 | | IFE CAMPINAS

image_pdfimage_print
O programa Estado da Arte é produzido e apresentado por Marcelo Consentino, presidente do IFE e editor da revista Dicta & Contradicta. A cada edição três estudiosos põem em foco questões seminais da história da cultura, trazendo à pauta temas consagrados pela tradição humanista.
A seguir apresentamos a edição que foi ao ar em 24 de abril de 2015

Cidade na Era Industrial

 

Por volta de 1800 Londres, então a maior metrópole do mundo, superava a marca de 1 milhão de habitantes, igualando pela primeira vez a cidade mais populosa da antiguidade, Roma. Na época a população mundial contava com 900 milhões de pessoas, e pouco mais de 10% habitava nas cidades. Desde então o crescimento se deu continuamente em doses industriais. De 1950 até hoje o número de habitantes das cidades em todo o mundo proliferou de 746 milhões para quase 3,5 bilhões, e em 2009, 200.000 anos após o aparecimento dos primeiros homo sapiens, a população urbana finalmente superou a rural. Hoje, num planeta que aglomera mais de 7,25 bilhões de seres humanos, há quase 30 mega-cidades com mais de 10 milhões de habitantes cada. Só em Shangai, a cidade mais populosa do planeta, vivem cerca 25 milhões de pessoas, e as projeções mostram que em 2050 66% da população mundial será urbana, sendo que, nos países desenvolvidos, essa taxa será de quase 90%.

Não há duvidas de que nosso mundo está se civilizando aceleradamente, ao menos do ponto de vista literal, dado que a raiz etimológica do termo “civilização”, assim como de “civismo”, “cidadão”, “urbanidade”, “política”, “polidez” e outras expressões que denotam os mais altos graus de sofisticação da vida humana, têm todas sua origem no vocábulo “cidade”. Mas acaso esse crescimento vertiginoso das cidades implica um crescimento equivalente da cidadania? Em nosso tempo 1 bilhão de pessoas, quase um terço da população urbana mundial, vive em favelas e assentamentos do gênero, e a expectativa é de que em 2030 esse número dobre para 2 bilhões. E desde o mito da Torre de Babel até as modernas distopias futuristas, as cidades sempre foram convincentemente retratadas como um cenário apocalíptico de criminalidade, insalubridade, stress, individualismo, luxúria, consumismo, superficialidade e outras formas de degradação física, psíquica e moral.

O que explica a explosão urbana dos últimos dois séculos? Como as cidades absorveram mais da metade da população mundial? Que transformações isso traz para a cultura e a sociedade humana? E acaso o globo estaria se transformando numa única e colossal conurbação?

Convidados

– Josianne Cerasoli: professora de história política e urbana da Universidade Estadual de Campinas e coordenadora da pesquisa “O urbano em questão: saberes especializados, cidade e história”.

– Leandro Medrano: professor de História da Arquitetura da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e editor da revista Pesquisa em Arquitetura e Construção.

– Renato Cymbalista: professor de História da Arquitetura da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e presidente do Instituto Pólis.

Referências
  • A Cidade na História (The City in History) de Lewis Mumford (Editora Itatiaia).
  • Antologia di Urbanistica. Dal Settecento a oggi e L’imagine dela Città da Sparta a Las Vegas de Paolo Sica (Laterza).
  • Londres e Paris no Século XIX: o espetáculo da pobreza de Maria Stella Martins Bresciani (Brasiliense).
  • Cidade: história e desafios organizado por Lúcia Lippe Oliveira.
  • O Urbanismo: utopias e realidades – uma antologia (L’Urbanisme, utopies et réalités) de Françoise Choay (Perspectiva).
  • O Campo e a Cidade: na história e na literatura (The Country and the City) de Raymond Williams (Companhia das Letras).
  • “A Cidade” (“Die Stadt”) de Max Weber, em Economia e Sociedade. Volume II (UnB).
  • As grandes cidades e a vida do espírito (Die Großstädte und das Geistesleben) de Georg Simmel.
  • História da arte como história da cidade (Storia dell’arte come storia della città) de Giulio Carlo Argan (Martins Fontes).
  • Cities of Tomorrow. An Intellectual History of Urban Planning e Cities in Civilization de Peter Hall (Wiley-Blackwell/Pantheon).
  • A Cidade no Século XX (La Città nel Ventesimo Secolo) de Bernardo Secchi (Perspectiva).
  • Gemeinschaft und Gesellschaft de Ferdinand Tönnies.
  • A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra (Die Lage der arbeitenden Klasse in England) de Friedrich Engels (Boitempo Editorial).
  • O cortiço de Aloisio Azevedi (Ateliê).
  • Tempos difíceis e Um conto de duas cidades (Hard Times/A Tale of Two Cities) de Charles Dickens (Boitempo/Estação Liberdade).
  • Os miseráveis (Les Misérables) de Victor Hugo (Cosac Naify).
  • Cenas da Favela. As melhores histórias da periferia brasileira organizado por Nelson Oliveira (Geração Editorial).
  • Germinal de Émile Zola (Estação Liberdade).
  • “The City in the Twentieth Century” e “The City – A History”, entrevistas em In Our Time, Rádio BBC 4.
  • Ela (Her) filme de ficção dirigido por Spike Jonze.
  • Metropolis filme de ficção dirigido por Fritz Lang.
  • Somos São Paulo/ We Are São Paulofilme documentário dirigido por Kika Nicolela e Lucas Bambozzi.
  • Urbanized filme documentário dirigido por Gary Hustwit.

 

Produção e apresentação
Marcelo Consentino

Produção técnica
Jukebox

Fonte: http://oestadodaarte.com.br/a-cidade-na-era-industrial/

“Estado da Arte”: Mecânica Quântica

Epistemologia e Ciência | 16/11/2015 | | IFE CAMPINAS

image_pdfimage_print
O programa Estado da Arte é produzido e apresentado por Marcelo Consentino, presidente do IFE e editor da revista Dicta & Contradicta. A cada edição três estudiosos põem em foco questões seminais da história da cultura, trazendo à pauta temas consagrados pela tradição humanista.
A seguir apresentamos a edição que foi ao ar em 07 de maio de 2015

Mecânica Quântica

Blue_drop

 

Ao fim do século XIX um jovem alemão, contemplando a carreira acadêmica, foi desaconselhado a se empenhar na física. À época o edifício da mecânica clássica erguido por Newton, Maxwell e outros parecia tão bem acabado, que cientistas como Lord Kelvin acreditaram que todas as grandes ideias da física já haviam sido descobertas, só restando trabalhar adornos e pormenores. Por sorte o estudante recusou o conselho e em 1900, já professor de física em Berlim, diria a seu filho que fez uma descoberta tão importante quanto as de Newton. Por mais que soasse grandiloquente, Max Planck falava a pura verdade. Buscando sair de um dilema em relação ao fenômeno da radiação, ele sugeriria que a emissão ou absorção subatômica se dá na forma de quantidades discretas de energia ou quanta.

A mecânica quântica descreve um mundo fantástico e desconcertante, onde uma partícula elementar parece ora se propagar como uma onda, ora surgir em dois lugares ao mesmo tempo, ora desaparecer em um e reaparecer em outro, ou mesmo interagir com uma outra partícula à distância, um fenômeno que o próprio Einstein – autor de um passo decisivo na teoria quântica ao demonstrar que também a luz é composta por quanta, ou fótons – previu em hipótese, mas que preferiu rejeitar como “assustador demais” para ser validado por um físico. As teorias sobre porque as coisas são assim variam das mais extravagantes, como a de uma pluralidade de mundos simultâneos, às mais prosaicas, como uma falha nos nossos cálculos, e não surpreende que o físico teórico Richard Feynman dissesse: “creio que posso afirmar com segurança que ninguém entende a mecânica quântica”.

Apesar disso, o aparato matemático quântico ainda é incomparável na sua capacidade de previsão, cada dia mais precisa, do comportamento das partículas elementares. E malgrado todos os desafios à nossa lógica ordinária e todas as controvérsias sobre porque o universo microscópico é assim, os resultados de laboratório só fazem confirmar: ele é assim – até que se prove o contrário, a matéria da qual todas as coisas são feitas é assim: fantástica e desconcertante.


Convidados

– Maria Cristina Batoni Abdalla: professora de Teoria Geral das Partículas e Campos da Universidade Estadual Paulista e autora de O Discreto Charme das Partículas Elementares.

– Osvaldo Pessoa: professor de História e Filosofia da Ciência da Universidade de São Paulo e autor de Conceitos de Física Quântica.

– Walter Pedra: professor do Departamento de Física Matemática da Universidade de São Paulo e coordenador do grupo de pesquisa de “Termodinâmica de Sistemas Quânticos de Corpos Não-Simétricos”.


Referências

  • Teoria Quântica (Quantum Theory – A Very Short Introduction) de John Polkinghorne (L&PM Pocket).
  • A Realidade Quântica (Quantum Reality – Beyond the New Physics) de Nick Herbert (Ed. Francisco Alves).
  • Dance of the Photons – From Einstein to Quantum Teleportation de Anton Zeilinger (Farrar, Straus and Giroux).
  • Teoria Quântica – Estudos Históricos e Implicações Culturais organizado por O. Freire Jr., O. Pessoa Jr. e J.L. Bromberg (Eduebp).
  • O Discreto Charme das Partículas Elementares de Maria Cristina Abdalla (Unesp).
  • “Fisica Quantistica” na Enciclopedia Filosofica Bompiani.
  • Quantum Mechanics” na Stanford Encyclopedia of Philosophy.
  • Les indispensables de la mécanique quantique de Roland Omnés (Odile Jacob).
  • Foundation of Quantum Mechanics organizado por B. D’Espagnat (Academic Pr.).
  • Quantum Theory and Measurement de A. Wheeler e W.H. Zurek (Princenton University Press).
  • The Conceptual Development of Quantum Mechanics de Max Jammer (McGraw Hill)
  • Mysteris, Puzzles and Paradoxes in Quantum Mechanics organizado por T.J. Coutts (AIP Conference Proceedings).
  • Lectures on Quantum Mechanics” videoconferência de Leonard Susskind.
  • O Problema da Interpretação da Mecânica Quântica” videoconferência de Walter Pedra.

Produção e apresentação
Marcelo Consentino

Produção técnica
Jukebox

Fonte: http://oestadodaarte.com.br/mecanica-quantica/

“Estado da Arte”: As Epopeias Greco-Romanas

Literatura | 26/10/2015 | | IFE CAMPINAS

image_pdfimage_print
O programa Estado da Arte é produzido e apresentado por Marcelo Consentino, presidente do IFE e editor da revista Dicta & Contradicta. A cada edição três estudiosos põem em foco questões seminais da história da cultura, trazendo à pauta temas consagrados pela tradição humanista.
A seguir apresentamos a edição que foi ao ar em 19 de março de 2015

As Epopeias Greco-Romas

Dante_Homer_Virgil_http-__nibiryukov

Segundo Werner Jaeger “nenhum outro povo criou para si mesmo formas de espírito comparáveis àquelas da literatura grega. Dela nos vem a tragédia, a comédia, o tratado filosófico, o diálogo, o tratado científico sistemático, a história crítica, a biografia, a oratória jurídica e panegírica, a descrição de viagens e as memórias, as coleções de cartas, as confissões e os ensaios”. Mas no princípio, como a raiz de todos os frutos, estava Homero. Ninguém justificou tão completamente a expressão de Hölderlin de que “o que permanece é obra dos poetas”. Ironicamente – ou talvez consequentemente – do próprio poeta, não permaneceu virtualmente nada. Como se a vida desse homem tivesse se consumido por completo nas suas criaturas, dele, malgrado os esforços épicos dos historiadores modernos, seguimos não sabendo sequer se foi um homem ou dois ou uma multidão, ou até – por que não? – uma mulher. Mas não há campo da criação humana que não tenha sido inspirado pelo sopro de seu espírito demiúrgico. Da religião à filosofia, da literatura às artes plásticas, do drama à música, ano após ano, século após século, milênio após milênio, dia após dia, seus deuses e heróis continuam a morrer e a renascer para dar vida a essa “segunda natureza” que chamamos Cultura. Talvez por isso o poeta Charles Péguy pudesse soar tão convincente ao dizer que “nesta manhã Homero ainda é novo e nada pode ser mais velho que o jornal de hoje”.

Um gênero capaz de acolher todos os gêneros – um microcosmo capaz de registrar o mundo que foi, de espelhar o mundo que é, e de pressagiar o mundo que será –, a epopeia jamais deixou de expandir seu império aos confins do universo humano, de ressuscitar as glórias do passado, de penetrar os segredos mais escondidos do nosso coração. E se Homero foi o “educador de toda a Grécia” e a Grécia é a “educadora da humanidade”, aquele que foi, talvez, o maior de seus legatários, o romano Virgílio, estaria destinado a conduzir Dante, e com ele todo o imaginário cristão, do fundo do Inferno às portas do Paraíso. A seu respeito T.S. Eliot diria, com devoção filial porém realista, que foi “o pai do Ocidente”.


 Convidados

– Christian Werner: livre-docente de Língua e Literatura Grega na Universidade de São Paulo e tradutor de Homero e Hesíodo.

– Fernando Rodrigues: professor doutor de Línguas Clássicas na Universidade de São Paulo e tradutor da Argonáuticade Apolônio.

– Marcos Martinho: professor do programa de pós-graduação em Letras Clássicas da Universidade de São Paulo e autor de Os Mitos Gregos e a Música.


 Referências

  • Paideia. A formação do homem grego (Paidia. Die formung des Griechischen Menschen) de Werner Jaeger (Martins Fontes).
  • História da Literatura Grega de Albin Lesky (Fundação Calouste Gulbenkian).
  • “Virgílio e o mundo Cristão” em De poesia e poetas (“Virgil and the Christian World, On Poetry and Poets) de T.S. Eliot (Brasiliense).
  • Virgile. Poéte, artiste et penseur de A.M. Guillemin (Albin Michel).
  • A Guide to Hellenistic Literature de K. Gutzwiller (Wiley-Blackwell).
  • Os Mitos Gregos e a Música de Marcos Martinho (Editora Ática).
  • “A Literatura grega” e o “O Mundo romano” na História da Literatura Ocidental, Volume 1, de Otto Maria Carpeaux (Edições do Senado Federal).
  • Gêneros Poéticos na Grécia Antiga, Vários Autores (Humanitas).
  • Vergil. Vater des Abendlandes de Theodor Haecker (Gebundene Ausgabe).
  • Cambridge Companion to Homer e The Cambridge Companion do Virgil, Vários Autores (Cambridge University Press).
  • O Mundo de Ulisses (The World of Odysseus) de M.I. Finley (Presença).
  • The Best of the Argonauts de J. J. Clauss (University of California Press)
  • The Heroic Age de H. Munro Chadwick em https://archive.org/details/heroicage00chad.
  • Virgile de Jacques Perret (Éditions du Seuil).
  • Herrlichkeit: Eine theologische, Asthetik. Band III, 1: Im Raum der Metaphysic. Alterium de Hans Urs von Balthasar (Johannes Verlag).
  • The Argonautica of Apollonius. Literary Studies de R. L. Hunter (Cambridge University Press).
  • L’Iliade ou Le Poème de la Force de Simone Weil.
  • Virgil and his meaning to the World Today de John William Mackail.
  • Lectures on Greek Poetry de John William Mackail.

Produção e apresentação
Marcelo Consentino

Produção técnica
Jukebox

Fonte: http://oestadodaarte.com.br/as-epopeias-greco-romanas/