Três poemas do livro “O impossível e depois”


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Os dias impossíveis

Os gritos, os golpes,
Os gestos desconexos,
Os pés escalando a sala,
As mãos espalmadas na vidraça.

Os gritos, os golpes,
Os gestos desconexos,
A espera da palavra,
A longa noite, a madrugada.

Os gritos, os golpes,
A noite, a madrugada,
As dores, as feridas,
O corpo, a alma.

Os gritos, a sala
revirada, a noite
a noite, a madrugada
os gestos, a solidão,

os olhos vermelhos,
as lágrimas enxutas
e exaustas. O sol,
a noite, a esperança
perplexa e amedrontada.

Lírica

Sopro os rios que vão
Solitários desaguar
Em alguma praia
De longeveres mar.

Sentada à beira
A criança brinca.
Sorri travessa,
Para ela-outra menina
No espelho refletida.

Não conhece desgosto,
Não viu águas turvas,
Apenas pingos de chuva
Na pureza do seu rosto.

Tudo é frágil, tudo acaba
Nem sempre em bom termo.
Ela dança os pés n’água
Contra a corrente do tempo.

Geração Perdida

O que sabeis do amanhã? O que é a vossa vida? Sois uma névoa que aparece por um instante e logo desaparece.
Deveríeis antes, dizer: “Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo”. Ao contrário, agora vos gloriais alardeando. E toda jactância dessa espécie é má.
Quem sabe fazer o bem e não o faz é culpado.

(Carta de São Tiago, cap. 4, 14- 17)

Geração Perdida

os filhos dos marxistas
estamos todos perdidos
os filhos dos militares
estamos todos perdidos
os filhos dos hippies
estamos todos perdidos
os filhos dos niilistas
estamos todos perdidos

inquestionavelmente
inapelavelmente
impreterivelmente

talvez algum sábio
revendo o passado
dirá
pasmado:
O que foi feito
daquela geração fim de século?
filhos de ideologias natimortas
não ousaram
pereceram
nas apáticas águas mornas
do “estamos conosco satisfeitos”

estamos perdidos, perdidos, perdidos!
por isso urramos nas madrugadas
nos embebedamos
concordamos errado os verbos
temos preguiça
pensamos inútil
a busca por algo que esteja certo

dessa indolência
formamos um mundo
um mundo de bolhas egocêntricas
sentados sobre uma falsa inocência
chorando as consequências

do que não fizemos
do que não podíamos
do que não queremos
do que desejaríamos

multidão amedrontada
à força retirada da própria concha
pelas mãos da violência
pagamos preço de sangue
pela nossa indiferença

se a essa geração
pode ser dada qualquer escusa
foi a de que não tivemos culpa
nós não tivemos culpa
somos apenas os filhos
das filosofias de sepultura

se um dia pudéssemos
abrir as nossas portas
saltar os nossos muros
escancarar nossa revolta

seria um gemido
quase inaudível
da dor mais pura

em olhos baços
de funda amargura
suspiraremos

não temos culpa
nenhum culpa
nós
não temos
culpa
alguma
Eduardo Gama é mestre em Literatura pela USP, Jornalista, Publicitário, poeta e membro do IFE – Campinas.




Humilhadas e ofendidas


Brian Boulos da NYC - Flickr

Foto: Brian Boulos da NYC – Flickr

 

Dostoievski é, para mim, o melhor escritor que já existiu. E, se é assim, os grandes dramas humanos de todos os tempos devem estar em seus livros, tais como o amor, o perdão, o sofrimento, etc. Hoje, há um tema que vem gerando muita reflexão, a chamada questão feminina. O sábio russo deve ter algo a dizer sobre o assunto. E tem.

Em “O idiota”, acompanhamos o drama de Nastácia Filípovna. A jovem perdeu os pais muito nova e ficou sob os cuidados de um conhecido do pai, Totski, que sentiu pena da órfã. Até a adolescência da moça, deu-lhe bons cuidados, mas, a partir de então, redobrou-os devido à beleza dela e a tratou como uma concubina. A respeito de Nastácia, o protagonista do livro, o príncipe Mischikin, profundo conhecer da alma humana, afirmou ao ver seu retrato: “O rosto é alegre, e não obstante ela sofreu terrivelmente, não? É um rosto altivo, terrivelmente altivo, só que eu não sei se ela é bondosa ou não.” Para quem lê o livro, fica claro que Nastácia tem essa atitude de orgulho e rancor porque foi tratada como um objeto da luxúria daquele “respeitável senhor da sociedade”. E o príncipe não sabe se ela é bondosa porque, naquele momento da narrativa, ela está fechada para o amor, quer apenas se vingar da humilhação sofrida. Busca reparação.

Quantas Nastácias temos hoje? Quando vejo jovens tirando a roupa para protestar por qualquer coisa, quando xingam e babam ódio, quando gritam “meu corpo, minhas regras” vejo Nastácia. Gostaria de perguntar-lhes que mal lhes foi feito para quererem se vingar assim de todos nós. Embora algumas acabem por seguir o que parece ser uma tendência feminista, acredito que muitas foram “humilhadas e ofendidas”, para citar mais um título do genial russo.

Buscam proteger-se do mal que lhes fizeram querendo ter os mesmos direitos de seus agressores. O erro reside no fato de que ninguém deu a eles o direito de ferir o outro. Mas elas não consideram a questão sob esse prisma. Pensam que o direito de humilhar também lhes deve ser facultado, talvez para que nunca mais sejam ofendidas novamente. Em alguns casos bastante tristes, acabam aceitando a maldade imposta e veem a si mesmas como “vadias”.

Fala-se muito hoje que os meninos devem aprender a não serem estupradores. Nenhum de nós o é, alguns se tornam. Mas esse não é ponto, serve apenas para nos distrair do problema fundamental: a falta de amor. Mulheres devem ser amadas, caso contrário, a crise na sociedade instala-se. E uma forma cruel de maltratá-las, mas ninguém fala, pois é um tema tabu, é a pornografia.

Em um artigo publicado no Washington Post, Gail Dines, professora de Sociologia e autora de livros sobre o tema, aponta que um estudo recente em sete países distintos concluiu que o consumo de pornografia está associado ao aumento de atos verbas e físicos de agressão sexual contra a mulher. No mesmo sentido, outro estudo, que analisou cenas de filmes mais assistidos, verificou que os homens xingavam e cometiam atos agressivos em 70% dos casos. A mulher era o alvo em 94%. Sem falar nas imagens publicadas por “namorados”, o que já levou algumas meninas ao suicídio.

“Que pode uma criatura senão, entre outras criaturas, amar?”, perguntou Carlos Drummond de Andrade. Porém, como explica o stárietz Zózima em outro livro de Dostoievski, sua obra-prima, “Os irmãos Karamázov”, “o amor é um mestre, mas é preciso saber adquiri-lo, porque é difícil adquiri-lo, custa caro, um longo trabalho que demanda um longo tempo, porque não se deve amar por um instante fortuito, mas até o fim.” É o que pedem todos, especialmente aquelas “humilhadas e ofendidas”.

Eduardo Gama é mestre em Literatura pela USP, Jornalista, Publicitário e membro do IFE – Campinas.




Ciência e gênero


toiletsImagem de ícone feita por Freepik de www.flaticon.com é licenciada por CC 3.0 BY

Um relatório, que acaba de ser lançado, é um duro golpe naqueles que acreditam que uma pessoa nasce homossexual ou que se torna dessa orientação. A prestigiada publicação norte-americana da área de ciência, tecnologia e ética, New Atlantis, divulgou em seu último número uma publicação que revisou décadas de estudos de pesquisas sobre temas LGBT.

Uma das conclusões dos autores – o psiquiatra Paul R. McHugh, tido como um dos mais importantes profissionais dessa área dos últimos tempos, e o epidemiologista e especialista em bioestatística, Lawrence S. Mayer – é que a ideia de que a orientação sexual é inata, de que as pessoas nascem assim, não é respaldada por nenhuma evidência científica. Lady Gaga pode cantar Born this way à vontade, mas a letra da canção é apenas mais um mito que cai por terra. Outra constatação do estudo é de grande importância para os educadores. Segundo os autores, estudos com adolescentes indicam que a orientação sexual pode ser fluida ao longo da vida para algumas pessoas. Incríveis 80% dos homens adolescentes que afirmaram ter atração pelo mesmo sexo, não mais a tinham quando adultos.

Para nós educadores e outros profissionais envolvidos com jovens, a informação é de extrema relevância. Afinal, quando um jovem revela sentir essa atração, talvez não seja um indício de que seja homossexual. Pode ser uma fase, alguma experiência negativa, enfim, não é possível rotular o adolescente por esse motivo. Muitas vezes, quem lida com adolescentes nessa situação pode achar que está fazendo um bem a ele ao ajudá-lo a “sair do armário”. As coisas não são tão simples assim.

Outro fator relevante apontado no estudo diz respeito à saúde mental e estresse social. Comparada à população geral, os não heterossexuais possuem um risco elevado de contrair uma sorte de problemas de saúde e mentais. O grupo citado possui 1,5 mais risco de ter desordens de ansiedade que os heterossexuais, o dobro de risco de depressão, risco 1,5 maior de uso de substâncias ilícitas e é 2,5 vezes maior o risco de suicídio. Entre os transgêneros, o risco de suicídio é aterrador: ao longo da vida, chega a 41%, contra 5% da população norte-americana.

Muitos acreditam que isso se deve ao fato de que são vítimas de preconceito e estigmatização. Sem considerar irrelevante esse fator, os autores consideram que há evidências “limitadas de que fatores de estresse social, como preconceito e estigma contribuam para esse quadro”. E concluem essa questão afirmando que a explicação do estresse social não pode ser imposta como a única explicação possível para a disparidade de problemas de saúde mental entre heterossexuais e não heterossexuais: “Mais pesquisas são necessárias para explorar a causa e as soluções para esses desafios de saúde pública”.

Um dado triste, e que pode elucidar o risco maior de problemas de saúde mental entre esse grupo é a porcentagem mais alta de abuso sexual e físico. Entre gays e lésbicas, o número é de quase 30%; já entre os heterossexuais é de quase 15%.

Sobre a crença de que é possível escolher a identidade sexual ao longo da infância, e que seria importante educar os filhos com a possibilidade de escolherem a sua identidade sexual, o estudo pontua: “Não há evidência de que todas as crianças com pensamentos atípicos de gênero ou comportamento devam ser encorajadas a se tornarem transgêneros.” Por fim, dizem-se extremamente preocupados com tratamentos e cirurgias precoces para casos de crianças que não conseguem se identificar como menino ou menina.

McHug e Mayer afirmam que há muito o que fazer para esclarecer ainda mais as questões que essa acurada revisão da Literatura sobre o tema LGBT revelou. Contudo, os dados disponíveis até agora mostram que há uma lacuna entre o discurso predominante na sociedade e o que a ciência aponta. Uma questão tão relevante quanto a sexualidade humana não pode ser tratada com ideias pré concebidas, o “como eu gostaria que fosse”. Quando a ciência pode elucidar caminhos, a decisão mais sábia é ouvi-la.

Eduardo Gama é mestre em Literatura pela USP, jornalista, publicitário e membro do IFE Campinas (eduardo_gama@hotmail.com).

Artigo publicado no jornal Correio Popular, edição de 13 de Setembro de 2015, Página A2 – Opinião.

 




Por uma escola convicta


Quando eu tinha por volta de 15 anos, lembro-me de ter voltado para casa indignado. Sentei me à mesa do almoço e questionei meus pais: por que eles não tinham feito nada contra o regime militar? Eles viram uma ditadura nascer e tiveram medo ou foram cúmplices de uma situação que mergulhou o País na intolerância?

Essa memória de adolescência foi resgatada devido ao debate crescente em torno da questão da escola sem partido: querem amordaçar a nós professores, ou se trata de uma legítima reivindicação de pais que não desejam ver seus filhos sob influências que julgam errôneas?

Por um lado, deve-se ressaltar que a neutralidade é uma falácia. Todos nós temos um ponto de vista, um modo de enxergar e interpretar a realidade de maneira própria. Nós professores não somos diferentes.

Seria até mesmo falta de qualificação profissional em um professor de História, de Geografia ou de Redação, ele não ter um ponto de vista sólido sobre os problemas do nosso tempo, em especial o político. Nesse sentido, uma escola sem partido é impossível, tendo em vista que as pessoas são partidárias.

Mas, por outro lado, a convicção não pode ser desculpa para a doutrinação, seja religiosa ou política. O que quero dizer com isso? Acredito que nós, professores, temos a obrigação profissional de buscar que nossos alunos pensem por conta própria. Como professor de Redação, sei que o aluno argumenta bem quando possui opiniões próprias sobre determinado assunto. O meu ponto de vista é sempre um modo de ajudá-lo a refletir sobre o tema em questão. Não considero bom professor o intolerante. Mobilizar um aluno para passeata, por exemplo, é tão errado quanto convocá-lo para um culto religioso. Por quê? Porque não é esse o nosso trabalho.

O professor, acredito, deve, em primeiro lugar, ensinar com competência a matéria que leciona. Não há competência quando há militância política em sala de aula, quando há pregação religiosa. Porém, muitos de nós professores somos politizados e religiosos. O que fazer? Como garantir que um professor seja tolerante e cumpra a sua função, não apesar de suas convicções, mas justamente com elas?

Uma situação complexa, tendo em vista a escola pública. Já em relação à escola particular, o assunto é mais fácil de ser resolvido. Os pais devem procurar escolas empenhadas em garantir esse difícil, mas possível, equilíbrio, ou que tenham em seus fundamentos convicções as mais próximas possíveis da família.

Acreditar ser esse assunto de pouca importância ou fruto de mentes direitistas é tentar negar às famílias a primazia que têm obrigação de exercer na educação dos filhos. Contudo, os pais devem saber que seus filhos vivem em um mundo repleto de opiniões conflitantes. E, na célebre frase de Riobaldo, em Grande Sertão Veredas, “viver é muito perigoso”. Isto é, não é uma boa ideia tentar que os filhos passem incólumes a pensamentos equivocados. Em primeiro lugar, porque é impossível. Em segundo, porque seria deixá-los confinados a um círculo restrito de pessoas, o que os deixaria, consequentemente, em um círculo estreito de ideias.

Voltando à história inicial, o professor de História da minha adolescência acabou gerando uma oportunidade real em mim de aprender história. Após serem questionados, meus pais contaram-me suas memórias de infância: certo dia eles, crianças, olharam assustados cavalos de um lado para outro e pessoas correndo. O uso da força e a intolerância são marcas de regimes totalitaristas. Havia entendido a lição.

■■ Eduardo Gama é mestre em Literatura pela USP, jornalista, publicitário e membro do IFE-Campinas

Artigo publicado no jornal Correio Popular, edição 16/7/2016, Página A-2.




Renan, Cunha e Gollum


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Renan Calheiros, como sabemos, é o atual presidente do Senado. Tem 60 anos e é autor de alguns livros, entre eles um de título sugestivo, “Contadores de balelas”. Sua primeira eleição aconteceu em 1978, quando foi eleito Deputado Estadual pelo então MDB. Nessa época, travava uma luta feroz contra o prefeito de Maceió, Fernando Collor. Duas eleições para Deputado Federal mais tarde, filiou-se ao PRN e foi nomeado assessor de Collor, então candidato à presidência. Mas, devido a uma desavença política pelo Governo de Alagoas, deixou o partido e, à época da queda de Collor, pediu o seu impeachment. Em 1994, foi eleito Senador, cargo que ocupa até hoje. Responde, no Supremo, a 12 inquéritos, nove ligados a investigações sobre o esquema de corrupção na PETROBRÁS, um relativo à Operação Zelotes e outros dois que apuram irregularidades no pagamento de pensão a uma filha.

Eduardo Cunha tem 57 anos. Entrou na política graças a Fernando Collor, pois trabalhou durante sua campanha ao lado de P. C. Farias. Assim como Calheiros, era filiado ao PRN. Logo após a eleição, foi nomeado presidente da TELERJ, onde foi acusado de sua primeira irregularidade e teve de deixar o cargo. Trabalhou em outras estatais e, em 2000, teve de ser novamente afastado do cargo, desta vez da Companhia Estadual de Habitação, devido a irregularidades. Graças a Anthony Garotinho, elegeu-se Deputado Federal em 2002. Em 2015, assumiu a presidência da Câmara, de onde acaba de ser afastado pelo Supremo Tribunal Federal. Responde a três inquéritos na Lava-Jato e é réu em uma ação no STF.

Gollum é um personagem de O Hobbit e de O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien. Inicialmente era um bom sujeito, mas, com o tempo, deixou de olhar para o alto: “Sua cabeça e olhos só se dirigiam para baixo”. Foi o começo da sua derrocada. Logo após viu o Um Anel, o mais poderoso de todos, com o seu primo. Matou o parente para obtê-lo. Com a preciosidade em mãos, ganhou o poder de se tornar invisível. Porém, tornou-se impopular com a família e foi expulso de casa e se escondeu em um lugar ermo. Lá ficou até perder o anel para Bilbo.

O que une esses três personagens é a sede de poder, que acaba por corromper um homem (ou hobbit). Em O senhor dos anéis, o fim de Gollum mostra o que acontece com todos os que buscam o poder para proveito próprio. Tolkien afirma que Gollum passou a odiar a luz e a escuridão e, curiosamente, passou a detestar acima de tudo o anel.

O simples hobbit Frodo – talvez como nós – não conseguia entender essa sede de poder e como Gollum passou a detestar o que mais amava. O sábio Gandalf explicou que ele nutria os mesmos sentimentos que por si próprio e por isso não podia deixar o anel, assim como nós não podemos nos libertar de nós mesmos. Dominado por esse poder maléfico, “não tinha mais vontade própria”.

Na conversa com o mago, Frodo pergunta por que não mataram Gollum quando tiveram a oportunidade. Gandalf diz que quem não deu a vida não deve tirá-la e acrescenta que não sabemos os percursos de uma vida. Portanto, seria precipitado achá-la digna de um fim. O que fazer, então, com Gollum? Tirar o seu anel de poder. Foi o que, de certa maneira, Frodo fez. O que fazer com Renan e Cunha? Destituí-los do poder e, se as acusações provarem-se verdadeiras, prendê-los. O STF fez a sua parte com Cunha. Falta Renan.

O fim de Gollum é triste: tornou-se um solitário que busca voltar a ter o poder de antes. Jurava ter sido injustiçado e que tinha bons amigos que iriam resgatar a sua dignidade. Renan e Cunha poderiam ser mais honrados: usar o anel uma última vez e desaparecerem para sempre da vida pública. Já fizeram mal o bastante.

Eduardo Gama é mestre em Literatura pela USP, jornalista, publicitário e membro do IFE – Campinas.

Artigo publicado no jornal Correio Popular, edição 19/5/2016, Página A-2, Opinião.